Sabia que a adesão ao tratamento está associada a uma redução de 20% no risco de doenças cardiovasculares?
Atualmente, as doenças cardiovasculares (DCV) são a primeira causa de morbilidade e mortalidade no mundo. Segundo os dados da OMS, em 2015 morreram 17,7 milhões de pessoas devido a doenças cardiovasculares, o que representa 31% do total de mortes. Além disso, estima-se que, em 2030, as mortes por DCV atinjam os 23,6 milhões.
Embora a taxa de mortalidade por DCV esteja a diminuir na maioria dos países europeus, registou-se um aumento da cronicidade nos últimos anos associado ao envelhecimento da população.
Neste contexto, a falta de adesão aos tratamentos pressupõe um importante problema socio-sanitário. Em Espanha, os níveis de adesão na prevenção secundária de DCV situam-se nos 56%, o que significa que 44% dos pacientes não aderem ao tratamento.


A principal causa de falta de adesão aos tratamentos está relacionada com a falta de informação do paciente sobre a sua doença e os tratamentos prescritos, pelo que é importante procurar formas de educação sanitária. Outros fatores que influem na adesão são a complexidade dos tratamentos e a comunicação com o pessoal sanitário.
As consequências mais importantes da falta de adesão nas DCV são:
- Hipertensão arterial.
- Acidente vascular cerebral.
- Retinopatia diabética.
- Neuropatia diabética.
- Nefropatia diabética.
A intervenção coordenada dos profissionais de saúde é essencial para identificar barreiras na adesão aos tratamentos e propor soluções centradas nas necessidades de cada paciente.
Compromisso para melhorar a evolução da doença
A adesão aos tratamentos não se refere exclusivamente à toma da medicação, mas também à conduta do paciente em relação às recomendações acordadas pelo profissional de saúde. Portanto, para que um paciente melhore a sua adesão aos tratamentos deve adquirir uma atitude proativa na gestão da sua doença e melhorar a sua autonomia.
O farmacêutico assistencial desempenha um papel fulcral na melhoria da adesão aos tratamentos, oferecendo acompanhamento farmacoterapêutico através da Preparação Individualizada da Medicação (PIM) e apoio profissional.


Uma adesão ideal está associada a uma diminuição de 20% do risco de doença cardiovascular e a uma diminuição de 38% da mortalidade.
Impacto da adesão nas DCV
Em 2015 foi concebido um estudo para avaliar o impacto da adesão aos tratamentos nas doenças cardiovasculares em Espanha. Os resultados demostraram que aumentar em 1 ponto percentual a adesão aos tratamentos em pacientes com alto risco cardiovascular evitaria mais de 1200 mortes e até 1100 eventos cardiovasculares, com uma despesa sanitária evitável de 11 milhões de euros anuais.
Se a adesão aumentasse 10 pontos percentuais, evitar-se-iam mais de 8700 mortes e até 7650 eventos cardiovasculares, com uma despesa sanitária evitável de 75 milhões de euros anuais.

